Sem dúvidas, a chegada gradativa da odontologia digital apresentou um desafio aos profissionais que estavam habituados com o método tradicional. Mas uma coisa é certa: a transformação digital não é mais uma opção, é uma realidade necessária. Então, é preciso adaptar-se. Nesse novo cenário, a dúvida é: a odontologia digital dispensa a habilidade manual dos técnicos em prótese dentária?
Nesse artigo, mostraremos o espaço da destreza manual e do conhecimento técnico na era digital. Além disso, te ajudaremos a entender o que realmente muda para o TPD na odontologia digital em termos de habilidade. Continue com a gente! 😉
A arte de confeccionar próteses dentárias
Um dos maiores objetivos de técnicos em prótese dentária é entregar ao paciente a satisfação de poder reconhecer a si próprio novamente por meio de um novo sorriso. No método tradicional, a habilidade manual desses profissionais é reconhecida como uma verdadeira arte. Afinal, é como esculpir uma escultura do zero.
Com o avanço dos processos tecnológicos, para alguns, essa percepção de arte pode ter sido distorcida. Mas, na verdade, mesmo no digital, a confecção de próteses dentárias é como o processo de esculpir. Isso porque todos os princípios são mantidos – moldagem, planejamento, desenho – o que muda são os meios de confecção.
No software do CAD, por exemplo, compreender conceitos básicos de anatomia dental, dimensões, texturização, cores, entre outros, é tão importante quanto na confecção tradicional. Os programas oferecem ferramentas para auxiliar no processo, mas o conhecimento precisa vir do cadista.
Em nosso blog, temos um artigo específico sobre esses programas. Clique aqui e conheça 3 softwares de CAD utilizados na odontologia.
É importante mencionar que, diferente do que muitos acreditam, a chegada da tecnologia digital não exclui a necessidade do método tradicional. Então, o conhecimento técnico e a destreza manual do protético dentário são habilidades que precisam ser desenvolvidas e aprimoradas o tempo todo.
A necessidade manual e a transformação digital nos laboratórios de prótese dentária
Vemos hoje um mercado cada vez mais digital, mesmo que em apenas alguns processos. Para o futuro, a tendência é que esse cenário seja potencializado, e com ainda mais espaço para técnicos em prótese dentária e laboratórios de prótese digitais. Como explicamos em um outro artigo do nosso blog, de acordo com a Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD), até 2030, o Brasil provavelmente contará com mais de meio milhão de dentistas. Clique aqui para ler mais.
E não é difícil identificar o motivo do crescimento digital, já que, com a pandemia, o que antes era visto como um diferencial, hoje é uma necessidade básica para manter-se no mercado. De acordo com o Índice de Transformação Digital da Dell Technologies de 2020, cerca de 87,5% das empresas brasileiras realizaram alguma iniciativa de transformação digital. E, apesar de ser um dado sobre empreendimentos no geral, essa realidade também é presente na odontologia.
Afinal, as vantagens de ser digital estão cada vez mais evidentes, tanto para os profissionais quanto para os pacientes. Entre elas, podemos mencionar pontos como o conforto de procedimentos menos invasivos, a previsibilidade de casos, o tempo otimizado na confecção das próteses e o aumento da produtividade, proporcionado pela menor necessidade de retrabalhos e ajustes finais.
Então, é preciso ter habilidade manual para trabalhar no fluxo digital?
Todos os benefícios do fluxo digital, como mencionamos, não excluem a necessidade do método tradicional em laboratórios de prótese, menos ainda da habilidade manual e do conhecimento técnico. É possível e primordial que o TPD invista em atualizar-se sobre ambos, flexibilizando as possibilidades de trabalho e resultados do laboratório de prótese.
Se o TPD que está inserido no método tradicional passa a investir no digital, mesmo com pequenos passos, ele terá uma vantagem ainda maior em termos de competitividade no mercado. Além disso, a destreza manual adquirida na confecção de próteses tradicionais pode fazer diferença no momento de planejar um sorriso digitalmente. Isso porque o profissional terá ambas percepções no momento da construção do projeto digital.
De qualquer forma, algo que não deve ser perdido em nenhum dos dois métodos – tradicional ou digital – é a humanização do trabalho. O TPD que atua no fluxo digital precisa ter uma visão humanizada para entender como aquela prótese que está sendo desenhada pelo computador será adaptada à boca. Para isso, é fundamental ter o conhecimento do caso como um todo, já que cada paciente terá suas particularidades.
Quem monta os dentes no software CAD e não compreende a dinâmica da cavidade oral no que diz respeito a pontos como os lábios, tecido e oclusão, provavelmente terá que ter um trabalho adicional posteriormente, que poderia ter sido evitado durante o desenho no CAD.
Então, é preciso considerar todas as propriedades que envolvem a relação da boca do paciente com a prótese dentária. Todas essas características e a atenção à humanização permitirão uma reabilitação oral completa e satisfatória com menos necessidade de ajustes posteriormente.
Ampliando demanda com o fluxo digital e tradicional
Ter experiência nos dois fluxos também pode favorecer a demanda de trabalhos, pois o protético poderá escolher qual método utilizar para cada caso. Essa escolha pode possibilitar a ampliação da carteira de clientes e garantir mais reconhecimento ao laboratório de prótese dentária.
Então, não é exatamente preciso ter excelente habilidade manual para trabalhar no fluxo digital, mas essa destreza pode sim ser um diferencial. De qualquer forma, o conhecimento técnico é indispensável, pois assegurar uma prótese dentária anatômica depende disso. Sendo assim, o profissional que investir em abranger diferentes possibilidades, sejam convencionais ou digitais, e em manter-se atualizado o tempo todo, terá um diferencial significativo no cenário atual e nos futuros.
E você, é um desses profissionais?
Caso tenha interesse em saber mais sobre o fluxo digital, te convidamos a conhecer o nosso blog. Publicamos frequentemente artigos úteis tanto para quem está começando quanto para quem já está no fluxo. É só clicar aqui!
LEIA TAMBÉM:
5 dicas para ter um bom planejamento de compras para o seu laboratório de prótese digital
Gestão de laboratório: 4 dicas para o seu laboratório de prótese digital
Quebras da fresa CAD/CAM: saiba como minimizar esses danos durante a fresagem
Odontologia digital: o que é possível produzir com o sistema CAD/CAM?