O que você imagina quando ouve falar em fluxo digital na confecção de próteses dentárias?
Não há dúvidas de que tanto quem está iniciando nessa dinâmica quanto quem já está nela há um tempo pode enfrentar desafios no dia a dia.
E para saber ultrapassá-los e aproveitar ao máximo os benefícios do fluxo digital, é preciso entendê-lo por completo.
Pensando nisso, trouxemos neste artigo um profissional que passou pelo processo de transição do método convencional para o digital e tem dicas construtivas para compartilhar sobre o tema.
Luciano Nascimento Braga Miziara é cirurgião-dentista e atualmente trabalha no sistema chairside. Ou seja, realiza o escaneamento, fresagem e impressão das peças protéticas dentro da clínica odontológica.
Acompanhe abaixo a trajetória, desafios e dicas de Luciano sobre a confecção de próteses dentárias no fluxo digital!
Do método convencional ao fluxo digital – Como começar?
Mestre em Implantodontia, Luciano conta que começou a transição do método convencional para o fluxo digital no início da pandemia, em 2020.
“Iniciei comprando uma impressora 3D. Eu solicitava o escaneamento para os pacientes na radiologia, com o intuito de confeccionar provisórias para implantes, guias cirúrgicas simples, placas miorrelaxantes, etc.”, conta Luciano.
E se você está iniciando, é importante lembrar: o fluxo digital é personalizável. Isso significa que você pode terceirizar alguns serviços, como Luciano fez com o escaneamento em clínicas de radiologia.
Ele utilizou esse método até conseguir adaptar-se completamente ao fluxo digital em sua clínica odontológica, como explica:
“Em agosto do mesmo ano, comprei um scanner usado, um Carestream CS3500, que trabalhou muito bem, mesmo com as limitações do sistema, que é mais antigo. Mergulhei profundamente no digital e o incorporei no meu dia a dia”.
Atualmente, o sistema CAD/CAM de Luciano conta com um scanner Trios 3, uma fresadora Roland de usinagem seca e 2 impressoras 3D.
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As vantagens e desvantagens de trabalhar com o fluxo digital
Não é difícil ver pela internet diversos artigos com vantagens e desvantagens deste fluxo, afinal, entender todos os lados é crucial no momento de tomar a decisão de fazer a transição ou não.
Mas, para Luciano, os benefícios do fluxo digital fazem as “desvantagens” serem insignificantes.
“Não vejo desvantagens. Lógico, existe um custo elevado para quem quer trabalhar chairside, mas muitos processos podem ser terceirizados para diminuir o investimento. Por este motivo, o custo não é impeditivo de iniciar neste fluxo”, explica ele.
O cirurgião-dentista ainda lista uma série de vantagens de trabalhar com o fluxo, afirmando que a eficiência é expressiva:
“Sendo digital, facilmente fazemos as alterações e imprimimos modelos ou o próprio mockup shell. Ajustamos tudo que é necessário. Nos casos estéticos, eu imprimo próteses “try in”, para prova funcional e estética, antes da confecção do material selecionado. E a precisão é incrível”.
O fluxo de trabalho de Luciano é um exemplo de como fresadoras e impressoras 3D podem trabalhar em conjunto na confecção de próteses dentárias. Clicando aqui, você tem acesso a um artigo sobre esse tema!
Os desafios do início – Começando a confeccionar próteses dentárias no fluxo digital
Não há dúvidas de que ser digital no mercado atual tem grande importância. Para Luciano, confeccionar próteses dentárias no fluxo digital é ter precisão, rapidez, facilidade de comunicação e previsibilidade dos tratamentos reabilitadores.
Todas essas vantagens, no entanto, só serão aproveitadas se o técnico em prótese dentária ou cirurgião-dentista do sistema chairside souber ultrapassar os desafios do início.
Luciano afirma que, para ele, a curva de aprendizado foi o maior desafio quando começou no fluxo digital, pois leva tempo para compreender a tecnologia e aplicá-la no trabalho.
“Com a utilização das ferramentas, vamos aprendendo as limitações e as falhas. Lembro que no começo, em impressão 3D, quis jogar minha impressora fora [risos], porque foi muito difícil eu compreender as falhas que tinha. Então, no início, tem que ter paciência”, diz ele.
Mas o cirurgião-dentista afirma que todo o esforço vale a pena, e garante que a dedicação ao analógico também é importante:
“Hoje, não imagino como seria trabalhar analogicamente. Lógico, se não faz o analógico com dedicação e esmero, o digital sairá pior. O digital não supre nossas falhas analógicas”.
Uma dica de profissional para quem está iniciando no fluxo digital
Sabemos que o início pode ser um processo desmotivador. Então, ouvir a opinião de quem já passou por isso pode fazer toda a diferença.
A primeira dica de Luciano é: “Seja persistente no fluxo digital. As dificuldades desanimam. Mas estude e foque em aprender, especialmente impressão 3D que, na minha opinião, é o processo mais difícil pela quantidade de variáveis.”
E a segunda dica do cirurgião-dentista, que talvez atinja uma das maiores preocupações da maioria dos profissionais, é:
“Não são necessários grandes investimentos financeiros, caso não possa fazê-los. Terceirize os processos mais caros, por exemplo escaneamento, caso seja colega CD, ou fresadora, caso seja colega TPD”.
É sempre importante lembrar que ser digital não significa ter digital. Então, a terceirização pode sim ser uma alternativa muito vantajosa.
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“Com custo relativamente baixo, já é possível imergir nesse mundo fantástico e sem volta do fluxo digital”, finaliza Luciano.
E você, está preparado para imergir nesse mundo também?
Assim como Luciano, você pode começar aos poucos. Mas lembre-se: conhecimento e planejamento são a chave para qualquer decisão de sucesso.
Queremos te ajudar nessa caminhada! Por isso, separamos alguns artigos que podem te ajudar a entender melhor sobre o fluxo digital e aproveitá-lo ao máximo:
- É preciso ter habilidade manual para trabalhar no fluxo digital?;
- Entenda como o software do CAM pode afetar o desempenho de sua fresa CAD/CAM e o custo de produção por elemento;
- O que você precisa saber antes de produzir elementos dentários com fresadoras CAD/CAM.
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