Os modelos alveolares são muito utilizados em tratamentos reabilitadores para preservar a morfologia dos alvéolos e da arquitetura gengival em modelos de gesso. Assim como diversas outras peças protéticas, a confecção de modelos alveolares também apresenta particularidades de acordo com o fluxo em que é produzida.
Por isso, neste artigo, vamos mostrar as diferenças entre a confecção de modelos alveolares no fluxo digital e convencional. Acompanhe abaixo!
O que fazem os modelos alveolares?
Antes de qualquer coisa, precisamos compreender qual a função dos modelos alveolares. Demos uma breve introduzida, mas há muito mais para descobrir.
Também conhecidos como modelos de Willi Geller, essas peças servem de referência para a criação do contorno cervical e perfil de emergência para o tratamento reabilitador com prótese dentária.
Os modelos alveolares são utilizados para obter referências adjacentes ao dente com mais precisão, evitando erros na confecção da prótese dentária final.
A técnica tem ganhado muito reconhecimento, e traz vantagens significativas para o tratamento reabilitador. Veja algumas delas:
- Permite reprodução facilitadora de um dente em modelo de arco total;
- Oferece uma visão fiel da relação entre os dentes e o tecido mole;
- Preserva a arquitetura gengival permitindo peças protéticas com contornos exatos.
Em um outro sistema de modelo troquelizado, ou seja, que utilize outra técnica, a perda de referência gengival é muito mais comum, o que prejudica a exatidão da prótese dentária final.
Sendo assim, os modelos alveolares são fundamentais para preservar as estruturas e permitir que sejam mantidas da maneira mais próxima do real, uma característica muito importante para a diferenciação do trabalho do técnico em prótese dentária.
Os maiores desafios na confecção de modelos alveolares
Seja no fluxo convencional ou digital, um dos maiores desafios na produção de modelos é o domínio da técnica de produção.
Por muito tempo, os modelos alveolares não recebiam a atenção devida em laboratórios de prótese, e a confecção era executada por pessoas pouco experientes.
Atualmente, essa realidade tem sido desconstruída, e mais profissionais estão investindo em treinamento nessa área. Esse fato tem sido importante para a evolução de laboratórios, já que os modelos alveolares têm sido vistos como uma etapa fundamental do tratamento reabilitador.
E na confecção dessa peça protética, tudo está em precisão.
Sendo assim, um troquel fiel só pode ser produzido por um profissional com prática suficiente para compreender os detalhes que precisam ser respeitados.
No fluxo convencional, essa é uma preocupação ainda maior, já que no fluxo digital, os equipamentos de manufatura garantem máxima precisão – e essa é a principal diferença entre os dois fluxos.
Vamos entender como funciona a confecção em cada um dos fluxos? Veja abaixo!
Confeccionando modelos alveolares no fluxo convencional
No fluxo convencional, a técnica de confecção de modelos alveolares tem etapas minuciosas, é por esse motivo que a habilidade manual do técnico em prótese dentária é um ponto decisivo.
Nesse processo, sensibilidade e tempo são duas características aliadas do profissional.
A sensibilidade porque o técnico precisará enfrentar a dificuldade de remover o troquel do modelo sem afetar a arquitetura gengival e a papila. Grande parte do sucesso da confecção da peça está nesse processo, e o treinamento também ajuda a garantir essa sensibilidade.
Já o tempo, não tem muito segredo: dependendo do número de elementos, é necessário ter muito tempo disponível para a construção dos troquéis.
Nesse sentido, cabe ao laboratório criar um planejamento para ter uma rotina mais produtiva.
Ambos os pontos são a chave para obter uma peça protética com a precisão necessária. A prática permite que o técnico compreenda, por exemplo, que a expansão final após a cristalização do gesso pode comprometer as dimensões da peça, prejudicando o resultado.
Portanto, reforçamos a importância da habilidade manual do técnico na confecção de modelos alveolares no fluxo convencional. Além da habilidade, o conhecimento do material a ser utilizado é essencial, pois existem diferentes tipos de gesso para cada trabalho.
Agora, vamos ver como a dinâmica funciona no fluxo digital!
Confeccionando modelos alveolares no fluxo digital
Apesar de o fluxo digital facilitar em questão de precisão, esse método não dispensa a necessidade de conhecimento por parte do técnico. Afinal, para garantir a qualidade dos modelos alveolares é preciso dominar o manuseio de softwares e equipamentos e o conhecimento do material.
Neste fluxo, a produção do modelo alveolar inicia-se a partir do arquivo digital do escaneamento intraoral enviado pela clínica odontológica ou do modelo físico escaneado na bancada do laboratório de prótese.
Com o arquivo digital, é o momento de fazer o planejamento em um software de CAD. Dentro do programa, o técnico escolhe o tipo de modelo alveolar a ser produzido, o que dependerá de cada caso.
A etapa de planejamento
Existem opções e ferramentas diferentes no software do CAD para cada peça protética a ser produzida.
No programa, é possível escolher quais dentes serão troquelizados, delimitar a margem de individualização e selecionar a direção de inserção de cada um dos troquéis. Nessa etapa, o conhecimento do cadista é decisivo.
Após o planejamento no CAD, o arquivo digital do desenho é enviado ao software do CAM, onde será encaminhado para fresagem ou impressão 3D.
Nesse caso, a precisão depende das ferramentas utilizadas para a fresagem, do material aplicado na confecção e das configurações feitas pelo TPD no software do CAM.
Sendo assim, podemos concluir que ambos os fluxos exigem muito conhecimento e treinamento, mas o fluxo digital possibilita replicabilidade, otimização do tempo de produção e muito mais precisão no resultado.
O que o laboratório de prótese precisa analisar é o custo benefício de ambas as técnicas, considerando o investimento necessário no fluxo digital.
Então, quais as principais diferenças entre as duas formas de confecção?
Como observamos, a tecnologia digital possibilitou maior facilidade na replicabilidade da peça, otimização do tempo de produção e maior precisão no resultado.
Apesar da diferença de custo na confecção, os retornos podem ser vantajosos para o laboratório de prótese que optar pela confecção no fluxo digital.
Afinal, a qualidade elevada no resultado gera uma diferenciação importante no trabalho do laboratório, além de a otimização do tempo de produção permitir que mais peças sejam produzidas em menor tempo.
De qualquer forma, tudo dependerá do fluxo de trabalho e dos recursos que o laboratório de prótese está disposto a investir.
Portanto, é preciso realizar uma análise aprofundada e elaborar um planejamento estratégico para adotar novas dinâmicas de trabalho.
E você, já tinha parado para pensar nas diferenças entre os dois fluxos na confecção de modelos alveolares?
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