Presentes há cerca de 25 anos no universo da prótese dentária, as tecnologias CAD/CAM para produção de restaurações indiretas têm evoluído significativamente – e a tendência é que continuem evoluindo!
No grupo da odontologia restauradora, os onlays são peças protéticas muito conhecidas. Portanto, possuem grande demanda em laboratórios de prótese dentária.
Neste artigo, vamos entender o processo de confecção dos onlays no sistema CAD/CAM e analisar as principais vantagens desse fluxo de trabalho, tanto para o profissional quanto para o paciente.
Vamos lá!
A evolução de materiais restauradores com o sistema CAD/CAM
Os onlays são peças de restauração feitas sob medida. Elas buscam reconstruir a coroa de um dente danificado, geralmente por cárie ou por trauma.
Mas para alcançarem a eficiência que oferecem hoje, essas peças passaram por uma evolução em seus processos de confecção, e o sistema CAD/CAM é um dos responsáveis por essa transformação.
Isso porque a possibilidade de confecção de restaurações indiretas com o sistema CAD/CAM aumentou a popularidade de cerâmicas como a zircônia.
Então, a produção de restaurações metálicas que antes eram comuns, com o tempo diminuíram, e deram espaço a peças mais sofisticadas, como as de cerâmica.
Com essa evolução dos materiais restauradores, os processos de confecção de onlays receberam novas propriedades. Hoje, essas peças são mais funcionais e estéticas, principalmente quando confeccionadas no fluxo digital.
Afinal, ainda existem desafios consideráveis na produção com o método convencional que não podem ser ignorados. Vamos entender alguns deles abaixo!
Os desafios de confeccionar onlays no método convencional
De maneira geral, no método convencional, o processo de confecção de onlays funciona da seguinte forma:
- O cirurgião-dentista realiza o protocolo fotográfico do paciente e a moldagem;
- O molde é enviado da clínica odontológica ao laboratório de prótese, junto aos dados e fotografias do paciente;
- O técnico em prótese dentária confecciona o onlay e envia à clínica odontológica;
- O cirurgião-dentista, então, finaliza o tratamento cimentando a peça ou, caso ajustes sejam necessários, o onlay retorna ao laboratório e os dois últimos passos do processo se repetem.
E onde estão os desafios nesse método?
O principal é relacionado à moldagem, que consequentemente afeta a etapa de produção realizada pelo técnico em prótese dentária.
Existem alguns fatores que podem influenciar em uma moldagem de baixa qualidade, que nem sempre são a habilidade e o conhecimento do profissional.
Dentre eles, podemos citar a dificuldade de reprodução das margens dos preparos, rasgamentos de áreas do molde e a presença de bolhas nas margens dos preparos após o vazamento de gesso.
Além desses, até mesmo o transporte para o laboratório pode afetar a qualidade da moldagem, já que as condições climáticas têm grande influência na peça.
Seja como for, a moldagem é um grande desafio na produção de onlays refinados e eficientes. Quando apresentam baixa qualidade, afetam a adaptação interna e marginal dos onlays, o que pode resultar na necessidade de ajustes.
Sendo assim, quanto maior a precisão na moldagem, melhores serão os resultados – no fluxo totalmente digital, esse não é um desafio para a produção de onlays, e vamos entender o porquê!
Confeccionando onlays no sistema CAD/CAM
Em primeiro lugar, precisamos compreender que existem dois tipos de fluxo de trabalho com o sistema CAD/CAM: totalmente e parcialmente digital. Veja as diferenças:
- Fluxo parcialmente digital: o cirurgião-dentista realiza a moldagem de forma convencional e envia ao laboratório de prótese. O molde será escaneado com um scanner de mesa pelo TPD para que sejam realizadas as etapas de planejamento, desenho e usinagem.
- Fluxo totalmente digital: o cirurgião-dentista realiza a moldagem com um scanner intraoral, que gera um arquivo digital no formato STL. Esse arquivo é enviado digitalmente ao laboratório de prótese para que o TPD realize as etapas de planejamento, desenho e usinagem.
Sendo assim, a única diferença entre os dois fluxos é a etapa de moldagem. Por esse motivo, no fluxo totalmente digital, a precisão do molde não é um desafio. Afinal, o scanner intraoral gera imagens altamente precisas, e o molde não passa pelo processo de transporte.
O passo a passo da confecção de onlays
Então, após a obtenção do molde, tanto no fluxo digital quanto no convencional, o processo de produção de onlays acontece da seguinte forma:
- O TPD utiliza os dados do caso clínico enviados pelo cirurgião-dentista para planejar e desenhar a peça protética. Esse processo é realizado em um software de CAD (clique aqui para conhecer alguns desses softwares), que depois gera um arquivo digital;
- Esse arquivo contendo o desenho do onlay é enviado ao software do CAM, onde receberá configurações para que seja usinado em uma fresadora CAD/CAM ou em uma impressora 3D;
- A peça pronta é enviada à clínica odontológica, onde será cimentada após testes de adaptação e oclusão.
Nesse fluxo, as peças têm muito mais probabilidade de serem precisas e não necessitarem ajustes. Além disso, o acabamento do onlay pode ser altamente refinado – principalmente quando usinado em fresadoras CAD/CAM.
Isso porque as ferramentas utilizadas na fresadora tendem a ser muito precisas, resultando em peças sofisticadas e fiéis ao planejamento previamente realizado.
Mas a evolução vai além do processo de confecção!
Vimos que, com o tempo, o desenvolvimento de materiais restauradores ainda mais eficientes e a possibilidade de produção com o sistema CAD/CAM foram decisivos para a evolução dos processos de confecção de onlays.
Mas a evolução não está apenas nas etapas de produção, está também na comunicação clínica-laboratorial.
A comunicação entre CD e TPD é fundamental para garantir a eficiência das peças e evitar a necessidade de retrabalhos.
Com o fluxo digital, essa relação tem sido constantemente melhorada. Afinal, a digitalização do fluxo permite que a comunicação seja mais rápida e também mais clara.
As vantagens de confeccionar onlays no sistema CAD/CAM
Todas essas melhorias – em processo de produção e comunicação clínica-laboratorial – proporcionaram vantagens tanto para os profissionais quanto para os pacientes.
Para os profissionais porque aumentam a produtividade na confecção das peças protéticas, além de evitarem retrabalhos e gastos desnecessários.
E para o paciente porque todo o processo proporciona mais conforto, rapidez no tratamento reabilitador e uma previsibilidade que antes não era possível.
Uma evolução, sem dúvidas, revolucionária para a confecção de onlays e para a odontologia restauradora no geral.
E você, já está inserido(a) nesse universo?
O fluxo digital possibilitou transformações inimagináveis à odontologia, e adaptar-se a essa realidade não é mais uma opção.
Abaixo, listamos alguns conteúdos que podem te interessar sobre o assunto:
- Odontologia digital: o que é possível produzir com o sistema CAD/CAM?;
- Prótese provisória no fluxo digital: conceitos básicos e etapas de confecção;
- CAD/CAM: entenda a importância dos fluidos de corte na fresagem de próteses dentárias.
Para ver mais, clique aqui e acesse nosso blog!