Já parou para pensar que a preocupação com a beleza é algo que está implantado na sociedade há séculos, apenas mudando de foco de acordo com cada cultura e período? No Brasil do século XXI, uma das maiores preocupações é com o sorriso, e é por isso que tratamentos odontológicos estéticos estão cada vez mais populares. Entre as opções, as facetas dentárias têm ganhado destaque.
Mas como essa popularização teve início? E vale mesmo a pena trabalhar com facetas dentárias?
Neste artigo, além de apresentar a origem desse tratamento, vamos mostrar suas indicações e limitações para o trabalho do protético. Ao final do conteúdo, você entenderá vantagens e desvantagens que técnicos em prótese dentária precisam levar em consideração ao trabalhar com essas peças no laboratório de prótese dentária. 😉
A origem das facetas dentárias
Apesar da recente popularização, os laminados cerâmicos foram utilizados pela primeira vez na década de 1930. Mas, de acordo com a história, foi na década de 1970 que o primeiro caso do uso de cerâmica na restauração definitiva de dentes anteriores foi registrado.
A princípio, coroas totais eram as principais opções para correção estética de dentes. No entanto, além de ser um procedimento invasivo, a aplicação das peças causava um grande desgaste dos tecidos dentários. E como toda técnica aprimorada vem da necessidade de consertar algo que não está satisfatório, o surgimento das facetas dentárias não foi diferente.
Com o tempo, adesivos dentinários e materiais restauradores diretos e indiretos evoluíram. Assim, tratamentos alternativos surgiram para evitar o desgaste excessivo dos dentes e dos tecidos dentários, tornando as resinas compostas e as porcelanas dentárias grandes opções para a confecção de laminados cerâmicos.
Com isso, as facetas dentárias ganharam destaque. Desde então, têm sido amplamente utilizadas, oferecendo um procedimento menos invasivo, esteticamente real e, principalmente, satisfatório no tratamento odontológico estético.
As facetas dentárias no fluxo digital
É importante lembrar que existem dois tipos de facetas: diretas e indiretas. As diretas são realizadas pelo próprio cirurgião-dentista, geralmente a partir de resinas compostas. Já as indiretas são confeccionadas por técnicos em prótese dentária e podem ser produzidas com resinas compostas indiretas (cerômeros) ou porcelana. Neste artigo, o objetivo é abordar as facetas indiretas.
No fluxo digital, tratamentos estéticos têm alto nível de aceitação pelos pacientes por conta da possibilidade de previsibilidade dos casos. Com as facetas dentárias não é diferente. Hoje, ferramentas de desenho digital do sorriso permitem que o TPD faça todo o planejamento do tratamento e apresente ao paciente antes de realizar qualquer desgaste no dente.
Sendo assim, a aceitação do paciente torna-se maior. Além disso, em comparação ao fluxo convencional, o digital oferece muito mais agilidade na confecção das peças. Então, para o laboratório de prótese, dependendo do fluxo de trabalho, pode ser um investimento muito vantajoso.
Indicações e limitações das facetas dentárias que precisam ser analisadas pelos TPDs
Como qualquer procedimento odontológico, os laminados cerâmicos possuem indicações e limitações. Apesar de serem comumente utilizados para melhorar a coloração dos dentes, são também recomendados para outros tratamentos estéticos.
Entenda algumas indicações e limitações abaixo:
INDICAÇÕES |
Dentes escurecidos que resistam ao clareamento |
Dentes que necessitem de reanatomização, como no caso de diastemas |
Dentes com malformações, sejam congênitas ou não |
Dentes que necessitem aumento oclusal para ajuste de oclusão |
LIMITAÇÕES |
Pacientes portadores de bruxismo ou com sobremordida pronunciada |
Pacientes com coroa dental reduzida |
Dentes que já passaram por diversas restaurações |
Pacientes com vestibularização dental |
É importante lembrar que as limitações listadas acima não podem ser consideradas contraindicações. Para compreender se há a possibilidade de aplicar facetas dentárias nas condições mencionadas, é preciso que seja feita uma análise cautelosa do caso do paciente. Nesse ponto, é fundamental que haja uma comunicação clínica-laboratorial concisa.
Vantagens e desvantagens de trabalhar com facetas dentárias
Sabemos que, para os pacientes, as vantagens principais são a cor, estética, durabilidade, resistência e a questão de ser um procedimento pouco invasivo. No caso da confecção no fluxo digital há a grande vantagem do tempo de produção das peças, pois oferece um tratamento muito mais ágil. Todas essas características podem ser vantagens também para o protético. Afinal, como mencionamos, o nível de aceitação do tratamento torna-se maior.
Além disso, é possível dizer que a popularização das facetas dentárias trouxe uma nova demanda para os TPDs. Portanto, aqueles que dedicam-se a trabalhar com as peças e buscam aprimorar seus conhecimentos, definitivamente têm um diferencial na demanda laboratorial.
Entretanto, alguns profissionais podem encontrar desafios ao trabalhar com facetas dentárias. Um dos principais é a dificuldade em reparar laminados de porcelana, o que pode ser uma limitação caso o protético não conheça bem o material que está utilizando.
Uma outra desvantagem de trabalhar com as facetas dentárias é o custo. Esta é uma restauração que demanda habilidade técnica para a reprodução de detalhes de cor, forma e configurações especiais. Portanto, o custo é mais alto quando comparado às facetas diretas.
Então, vale mesmo a pena trabalhar com facetas dentárias?
Não há dúvidas de que a popularização desse procedimento estético é um ponto muito positivo para técnicos em prótese dentária. Mas a verdade é que tudo depende de uma análise aprofundada do fluxo de trabalho, recursos disponíveis para serem investidos e qualificação.
Seja no fluxo convencional ou digital, o TPD precisa investir no aprimoramento de seus conhecimentos técnicos para trabalhar com laminados cerâmicos. Como mencionamos, é preciso conhecer bem o material que está sendo utilizado, pois cada um pode apresentar diferentes propriedades mecânicas que influenciam no momento da confecção.
Esse tratamento é uma forte tendência no momento atual, e provavelmente continuará sendo nos próximos anos. Sendo assim, investir em preparo e capacitação pode aumentar significativamente a demanda de qualquer laboratório de prótese.
E você, como investe em aprimoramento?
Quando o assunto é aprimoramento, o objetivo é querer sempre mais. Se você quer continuar aprendendo sobre trabalhos estéticos, sugerimos os seguintes artigos:
- Não erre mais em trabalhos estéticos! Veja conceitos de cor e luz que vão transformar seus resultados;
- É preciso ter habilidade manual para trabalhar no fluxo digital?;
- Maquiagem dental em peças fresadas: eficiência e naturalidade.
E para ver outros artigos sobre diferentes áreas do fluxo digital na confecção de próteses odontológicas, te convidamos a acessar o nosso blog. É só clicar aqui!
LEIA TAMBÉM:
Locação e terceirização: personalize seu fluxo com as possibilidades da odontologia digital
Prótese dentária fresada: conheça o material e a fresa para cada tipo de peça
Moldagem digital x analógica: o seu laboratório de prótese está preparado para esta transição?
Conheça 3 softwares de CAD utilizados na odontologia digital